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Meu ex ficou me devendo dinheiro: é possível cobrar a dívida?

14/04/2025

por [Advogado] Renata Ferreira de Freitas Alvarenga

Relações amorosas nem sempre terminam da forma como começam. Em muitos casos, envolvem não apenas laços emocionais, mas também financeiros. Um dilema bastante comum é quando a pessoa se pergunta: meu ex ficou me devendo dinheiro, e agora? Posso cobrar? Existe respaldo legal? Este artigo vai esclarecer suas dúvidas sobre o tema.

Meu ex ficou me devendo dinheiro: posso cobrar legalmente?

A resposta é: sim, é possível cobrar legalmente. Quando você pensa "meu ex ficou me devendo dinheiro", saiba que, mesmo em relações informais como namoro ou união estável, o empréstimo de valores pode gerar obrigações legais. A Justiça brasileira reconhece a existência de dívidas entre ex-companheiros, desde que haja elementos que comprovem o empréstimo.

Inclusive, já existem decisões judiciais que condenaram ex-namorados a devolver valores emprestados durante o relacionamento. Ou seja, você não está sozinho e tem sim direitos garantidos.

Existe prazo para cobrar uma dívida entre ex-namorados ou ex-cônjuges?

Sim. Como qualquer tipo de cobrança, existe um prazo legal para exigir judicialmente o valor devido. O prazo prescricional para cobrança de dívidas, quando não existe contrato, costuma ser de três anos a partir da data em que a dívida venceu, conforme o artigo 206 do Código Civil.

Se você se identificou com a situação, é essencial não deixar o tempo passar. Quanto antes você reunir provas e buscar orientação jurídica, maiores as chances de resolver a questão.

Como reunir provas para comprovar que o valor foi emprestado?

Uma das dúvidas mais comuns é: como provar que não foi um presente? Afinal, relacionamentos são cercados de informalidade. Para que sua cobrança seja admitida judicialmente, você precisa apresentar provas. Veja alguns exemplos:

  • Conversas em aplicativos (WhatsApp, e-mails, mensagens de texto)

  • Transferências bancárias com identificação do destinatário

  • Testemunhas que saibam do empréstimo

  • Comprovantes de depósito ou pagamento

Mesmo que você não tenha um contrato formal, essas provas têm valor jurídico. Por isso, não delete mensagens e junte toda documentação possível.

Dívida entre ex-companheiros: é necessário contrato formal?

Não necessariamente. Embora o contrato escrito facilite muito a cobrança judicial, a ausência dele não impede que você receba. O Judiciário entende que o princípio da boa-fé e as provas circunstanciais (como mensagens e transferências) são suficientes para comprovar o empréstimo.

Logo, se você não possui qualquer contrato formalizando essa dívida, ainda assim você pode buscar seus direitos. O importante é apresentar elementos que demonstrem que houve uma dívida e que ela não foi paga.

Quando vale a pena entrar com uma ação judicial para cobrar a dívida?

Vale a pena buscar a Justiça sempre que houver prejuízo e possibilidade de comprovação. Se você já tentou resolver amigavelmente e não obteve sucesso, a ação judicial é o caminho.

Especialmente em casos de valores significativos, é fundamental agir. Lembre-se: você não está agindo por vingança, mas exercendo um direito. E a ajuda de um advogado pode tornar tudo mais simples.

O que fazer se meu ex se recusa a pagar o que deve?

A primeira tentativa deve ser sempre extrajudicial: enviar uma notificação cobrando formalmente o valor devido. Caso não haja resposta ou recusa, é possível ingressar com uma ação judicial de cobrança.

Se você já tentou conversar, enviou mensagens e até propôs parcelamento e mesmo assim nada foi resolvido, é hora de buscar um advogado. Muitas pessoas desistem por achar que não vale a pena, mas a verdade é que você pode sim reaver seu dinheiro.

Dicas para evitar problemas financeiros em relacionamentos

  • Evite fazer empréstimos de grandes valores sem registro formal

  • Sempre guarde mensagens e comprovantes de transferências

  • Tenha clareza sobre o que é empréstimo e o que é presente

  • Converse abertamente sobre dinheiro, mesmo em relações afetivas

Caso não seja possível formalizar um contrato, registre ao menos por mensagem que aquele valor foi emprestado e não doado. Isso pode fazer toda a diferença no futuro.

Procure um advogado especializado para entender seu caso e como proceder

Cada caso é único, e é fundamental contar com um profissional que analise as provas, o tipo de relacionamento e o valor envolvido para traçar a melhor estratégia.

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